PARTIDA E CHEGADA, ASSIM É A MORTE
Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de rara beleza. O barco impulsionado pela força dos ventos vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor. Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa onde o mar e o céu se encontram.
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: "Já se foi". Terá sumido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós. Continua tão capaz quanto antes de levar ao ponto de destino as cargas recebidas. O veleiro não evaporou, apenas não o podemos ver mais. Mas ele continua o mesmo. E talvez, no exato instante que alguém diz "já se foi", haverá outras vozes mais além, a afirmar: "Lá vem o veleiro!"
Assim é a morte. Quando o veleiro parte levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro. O ser que amamos continua o mesmo, suas conquistas e afeições persistem na nova dimensão espiritual.
Nada se perde a não ser o corpo físico de que não mais se necessita. E é assim que, no mesmo instante em que dizemos "já se foi", no Além, outro alguém dirá: "Já está chegando". Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada.
Fernando Theotônio Baptista
★ 03/09/1926 † 31/10/2015
A sua ausência é sentida por nós, mas somos confortados pelas bênçãos de Deus e com a certeza de que você está com Ele.
Esposa, filhos, netos, genro e nora, agradecem as manifestações recebidas.